segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CHICO JÓ CONCEBE O MAIOR PROJETO DE TURISMO SOLIDÁRIO E COMUNITÁRIO DA PARAÍBA, E EMPENHA-SE EM PROL DA PERPETUAÇÃO DA MEMÓRIA DA COLUNA PRESTES


Sempre que eu me envolver em qualquer consideração ou impulsão ao desenvolvimento do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba (por mim concebido como Projeto Histórico-Cultural Roteiro Turístico do Itinerário da Passagem da Coluna Prestes no Sertão Paraibano), minha consciência me moverá a ressaltar minha gratidão à ex-coordenadora do Projeto Cooperar, Sônia Germano.

É que Sônia, movida pelo sentimento humanístico que tanto a distingue, foi brilhantemente lúcida para acatar aquela minha concepção turística, e pugnar pelos meios de concretizá-la.

Habilmente, Sônia foi capaz de conseguir pelo Projeto Cooperar o patrocínio do levantamento topológico (a cargo da Holos-Cooperativa de Profissionais em Desenvolvimento Humano e Serviços Técnicos Ltda.) da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba (Zona da Coluna), em 2004, no qual me foi dada a honra de tomar parte.

Em suma, Sônia Germano foi admiravelmente proficiente para integrar o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba às políticas do Projeto Cooperar. É muito justo, pois, enaltecer-lhe tão providencial gesto em defesa da consolidação dessa tão auspiciosa perspectiva turística para o Sertão Paraibano.

Os que trabalham com ideias trabalham com sonhos, com utopias, com desafios, com esperanças. Antes de tudo, devem ser livres, arrojados, destemidos, intrépidos, comprometidos com o ideal do bem e da solidariedade, porque as boas ideias somente assim o serão se fundamentadas na coragem de ousar mudanças e servir. Os que trabalham com ideias quase sempre sofrem, porque, em certos casos, diferem dos que ordinariamente só percebem a palpável realidade. Sofrem, porque, no mais das vezes, os assedia uma angustiante sensação de solidão, solidão da palavra edificante, solidão da discussão filosófica, solidão da compatibilidade.

Mas os que trabalham com ideias gozam, pelo menos, de dois privilégios únicos: o êxtase da criatividade e a sensação da perpetuidade. Criar é elevação espiritual manifestada por ímpar alegria, que nos encoraja a persistir; criar é pressentir que nosso ser se prolonga pelo tempo adiante, levando à posteridade algo do que restou de nós em nossa efêmera passagem pela vida terrena.

Com profundo amargor, tal qual outros tantos pais e avós, vi cinco de meus filhos e três de meus netos partindo, contrafeitos, para o Sul do País, à medida do agravamento da precariedade de vida de Piancó e da Região, onde, à míngua de políticas publicas de desenvolvimento humano sustentável, a pobreza e desigualdade social tanto têm contribuído para a desagregação familiar e a migração.

Estou entre os que presenciam e vivenciam esse quadro de injustiça social, e devo, portanto, ainda mais por questão de sobrevivência, insurgir-me contra ele. As boas ideias, com certeza, são instrumentos eficazes para mudar tudo isso, e, entre elas, o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba desponta como uma das mais promissoras.

Sem acesso a meios de produção, sem senso comunitário, sem qualificação competitiva, os pobres daqui têm-se arrastado, ao longo do tempo, por uma constante degradação humana, que lhes aniquila a autoestima e o sonho de crescer.
Verdadeiro calvário da miséria!

Concebido em tal contexto, não é, portanto, de estranhar que o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, apesar de tão risonho, encontre obstáculos para sua ascensão. As comunidades destinatárias dele não estão, pela maior parte, cônscias dessa potencialidade econômica que ora se lhes depara. Deixando-se irracionalmente manipular e conduzir pelo conservador sistema político dominante, os pobres da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba comportam-se como que entorpecidos pela doutrinação alienadora de governantes inescrupulosos. Tornam-se meros fantoches da opressão, sem visão crítica da realidade, sem dinâmica pessoal e coletiva de crescimento, sem, enfim, nenhum projeto de vida sustentável.

Céleres correm os anos, e a sucessão da pobreza só ainda mais se acentua. Míseros agricultores que, há muito, foram vistos a mendigar um dia de serviço por vil preço, estão hoje em condição ainda mais deplorável, uma vez que à sua penúria veio juntar-se a de sua prole.

E essa assertiva bem se evidencia em Piancó, berço do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, projeto tão fecundo que é em possibilidades de emancipação econômica para os pobres. Tão fecundo sonho em solo tão falto de compreensão! Tanto assim que, desde o levantamento topológico da Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, em 2004, até hoje, o Poder Público de Piancó tem-se mostrado indiferente a tal iniciativa.

Mas conceber o Projeto Histórico-Cultural Roteiro Turístico do Itinerário da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba, e com ele envolver-me, foi-me convincente revelação de que algo grandioso pode, de repente, surgir de qualquer lugar, de qualquer pessoa, a qualquer tempo. Essa arrojada concepção põe-me diante de fatos que se projetam para o futuro, e levam-me de envolta com eles e com todos os que os seguem. Não posso, pois, abdicar de minha autodeterminação e empenho em prol da materialização desse sonho.

E, à medida que vou inferindo certos aspectos de atitudes arraigadas das comunidades integrantes desse projeto, mais e mais me convenço de que elas só serão capazes de construí-lo, se comungarem num contínuo e progressivo processo de Educação Popular e Comunitária.

Não posso prescindir de minha obrigação moral de contribuir como ator de superação dos obstáculos que se apresentam ao Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, e como instrumento contributivo para concretizá-lo. Afinal, esse projeto emana de mim, de minha inquietação intelectual na busca de um espaço de liberdade e de sobrevivência, em comunhão com os que comigo se identificam nesse propósito. Minha persistência nesse intento decorre da indignação de saber que os beneficiários pobres desse projeto ficam, no mais dos casos, à mercê da opressão política burguesa, que tudo tece para lhes usurpar a autonomia de autorrealização, o que é bem manifesto em Piancó.

Exatamente por isso, é que defendo a Educação Popular Comunitária nas comunidades desse projeto. É bem possível que só por esse meio lhes seja dado emanciparem-se da dominação, e assumirem seu protagonismo no exercício consciente da cidadania ativa e crítica e da autodeterminação de desenvolvimento.

Somente assim, pois, pela efetiva participação nos seus destinos políticos, pela organização em proveito de mudanças profícuas, pela ruptura de paradigmas injustos, pela busca de melhoria e aprimoramento da vida comunitária, é que poderão tais comunidades converter essa área no próspero e fecundo Roteiro de Turismo Solidário e Comunitário da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba, roteiro que, pela sua dimensão e potencialidades, inquestionavelmente, constitui o maior projeto turístico desse Estado.


Movimento virtual para criação da REDE DE TURISMO SOLIDÁRIO E COMUNITÁRIO DA ZONA DA PASSAGEM DA COLUNA PRESTES NA PARAÍBA ─ TURCOLUNA


Ante a concentração de riqueza que o turismo convencional proporciona a privilegiadas minorias, em detrimento principalmente da pobreza local, torna-se imperioso pensar em mudança.

Tradicionalmente excluídas da participação dos bens sociais e do poder, em virtude de suas desfavoráveis condições econômicas, sociais, políticas e culturais, as comunidades da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba precisam integrar-se quanto antes em um processo de desenvolvimento comunitário regional de longo alcance, que assegure sustentabilidade em todos os níveis e soerguimento econômico dessa área.

Precisam emergir da submissão para a autonomia; do servilismo a governantes corruptos e descomprometidos com o bem coletivo para a altivez de sujeitos políticos de seu próprio progresso; do impositivo dogmatismo acadêmico ao tolerante “saber de experiência feito”; da ingerência tecnicista em seus interesses comuns para a independência de suas decisões e da autogestão de seus empreendimentos.

Nada melhor para isso do que a constituição de uma Cadeia Produtiva e Solidária, da qual promane a REDE DE TURISMO SOLIDÁRIO E COMUNITÁRIO DA ZONA DA PASSAGEM DA COLUNA PRESTES NA PARAÍBA, sinteticamente denominada TURCOLUNA, que abre múltiplas possibilidades de desenvolvimento econômico social sustentável jamais vistas no Sertao Paraibano.

Confinando, ao norte, com o Rio Grande do Norte, e, ao sul, com Pernambuco, a Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba compreende 23 municípios das microrregiões sertanejas de Cajazeiras, Sousa, Patos, Piancó e Serra do Teixeira, e equivale a cerca da metade do território da mesorregião do Sertão Paraibano.

Eis o Eldorado Sertanejo, de tantos recursos naturais e culturais, do maior reservatório de água doce do Estado, do sol vivificador, dos ares salubres, de aconchegante calor humano e irresistível hospitalidade...

Eis a acolhedora terra, indelevelmente sulcada pelos passos imortais dos heroicos combatentes da Coluna Prestes, passos de um símbolo de protesto e resistência que ressurge ressignificado no MAIOR PROJETO TURÍSTICO DA PARAÍBA...


Jornada virtual ─ REFAZENDO OS PASSOS E REVIVENDO A MEMÓRIA DA COLUNA PRESTES

Todos os que lutam pelos direitos humanos e por um Brasil pleno de justiça social têm obrigação histórica de possibilitar a perenidade do brio e da memória da invicta Coluna Prestes.

Que neste alvorecer da Pós-Modernidade sejam mobilizados todos os meios possíveis, pessoais e cibernéticos, para fazerem com que a dignidade, o heroísmo e o ideal de liberdade da Coluna Prestes possam ecoar inspiradoramente no espírito das gerações dos séculos futuros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Chico, e a reportagem sobre a denúncia a respeito do esgoto q corre a céu aberto
nos fundos da casa da Mãe( Laura Sauviano) ???

Sua Amiga Zefinha
Brasília,
10/09/2010

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